Uma das máximas mais ouvidas no mercado é que o litoral só tem vida para o segmento imobiliário quando é temporada de férias, veraneio, feriado etc. Realmente, o nicho de
locação cresce nesses períodos, mas é uma grande falácia imaginar que a região "morre nos dias comuns". E a cidade de São Vicente é um grande exemplo disso.
Perto de Santos, Guarujá e Praia Grande, tem um público menor nas temporadas, mas, em compensação, é uma das cidades da Baixada que mais cresce. Fundada 32 anos depois do descobrimento do Brasil (apesar dos primeiros registros da chegada de portugueses ser da data de 1502), a primeira vila brasileira, São Vicente, de acordo com dados do Portal Litoral SP Imóvel, é apenas a sétima mais procurada na Baixada, porém com grande potencial.
Já há alguns anos é a quarta em número de
lançamentos na região, com grande destaque para unidades de dois quartos. São apenas cinco praias em todo litoral vicentino, mas tem um espaço que sempre foi considerado de mais alto padrão, a Ilha Porchat, situada na Praia dos Milionários, com casas mais caras ao longo da subida do Morro do Japu, com restaurantes e o mirante - uma atração da cidade.
Por toda cidade, em razão da sua demografia, mais de planície e poucos morros, é possível ver muitos lançamentos de todos os nichos, notadamente, como já dito,
apartamentos de dois dormitórios. Mas como a cidade é bem antiga, ainda resistem - e bem - as casas.
A cidade não possui uma economia muito forte, tanto que é mais fácil seus moradores procurarem Santos para exercer atividades remuneradas. Aliás, a Baixada como um todo não tem uma economia muito forte no tocante às indústrias, com exceção, um pouco, à petroquímica - mas não em São Vicente. Na cidade, os setores de comércio e serviços são interessantes, com maior destaque para a região central. Lá, há pontos de comércio bem desenvolvidos em relação a outros bairros da cidade. A revitalização do centro ajudou nisso. Aliás, a Biquinha é o grande centro do comércio popular da cidade e atração turística de São Vicente.
Hoje, a cidade possui dois shopping centers, hipermercados, rede bancária ampla, grandes redes de lojas, cinemas e restaurantes, mudando o perfil estagnado das décadas anteriores e gerando bom potencial econômico. São Vicente é apenas o 19° município mais populoso do estado, com 353 mil habitantes, cujo PIB per capita ultrapassa R$ 7,4 mil. Seu IDH (Ìndice de Desenvolvimento Humano - medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano") é de 0,768, considerado alto e o 121º do estado.
Apesar de ser a primeira cidade brasileira, São Vicente não guarda muito dessa história. Mas, ainda assim, o turismo é a maior força econômica da cidade, mas mais ligado ao veraneio. Bares, restaurante e clubes também são destaques no atendimento a esses turistas, que não contam com grande rede hoteleira, por isso a locação para temporada é forte. Como é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias, tem verba maior do Estado para promoção do turismo.
Alguns destaques no turismo local e que chamam a atenção de quem vem de fora são a plataforma de pesca e lazer, Casa Martim Afonso, Morro da Asa Delta (também chamado de Itararé ou Voturuá), Memorial dos 500 Anos, Casa da Cultura Afro-Brasileira - Memorial ao Escravizado, Parque Ecológico Voturuá, Ponte Pênsil, Praça 22 de Janeiro, Biquinha, Rua Japão e Parque Cultural Vila de São Vicente. Além disso, a encenação da fundação da Vila de São Vicente, considerado o maior espetáculo em areia de praia do mundo, tem repercussão nacional.
Texto elaborado por Marco Barone em setembro de 2016
Crédito da foto: Facebook da Prefeitura de São Vicente